Sérgio Bernardino, mais conhecido como Serginho Chulapa, (São Paulo, 23 de dezembro de
1953) é um ex-jogador brasileiro de futebol, centroavante que fez história no São Paulo e no Santos, além de ter atuado na
Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982. Também teve uma breve passagem em 1985 pelo Corinthians. Atualmente é auxiliar
técnico do Santos.
Aos 12 anos, Serginho começou a jogar em times de várzea da zona norte de São Paulo, como o Cruz da
Esperança e o Vasco da Gama. "Se não tivesse ido para o esporte, certamente estaria na criminalidade", avalia hoje, em referência
ao projeto social desses times. Depois de ser dispensado dos juvenis da Portuguesa, em 1968, e chegar a trabalhar como entregador
de leite, Serginho participou, em 1970, de uma peneira na Casa Verde. Sua atuação encantou o técnico dos juvenis do São Paulo,
que o chamou para jogar em seu time.
Sua estréia no elenco profissional do São Paulo foi promovida pelo técnico Telê Santana, em um amistoso
contra o Bahia, em 6 de junho de 1973. Quatro dias depois, marcou seu primeiro gol como profissional, no empate em 1x1 contra
o Corinthians. Naquele mesmo ano, foi emprestado ao Marília, voltando ao São Paulo em 1974.
Pelo São Paulo, jogou, entre 1973 e 1982, um total de 401 partidas (210 vitórias, 113 empates e 78
derrotas) e marcou 243 gols, tornando-se até hoje o maior artilheiro da história do clube. Nesse período, conquistou o Campeonato
Paulista de 1975, 1980 e 1981 e o Campeonato Brasileiro de 1977.
Era nome certo para a Copa de 1978, porém acabou perdendo a chance de jogar quando teve que cumprir
um ano de suspensão por agredir um bandeirinha. Em 1982 foi convocado para a reserva e acabou se tornando titular na Copa
quando Careca se machucou antes da estréia.
No Santos, chegou já experiente, com 29 anos, e por isso mesmo evitou o rótulo de "salvador da pátria".
O atleta se identificou com o clube ao longo de três passagens. A partir de 1983, conquistou a artilharia do Campeonato Brasileiro
e a artilharia e o gol do título no Campeonato Paulista de 1984 contra o seu maior rival, o Corinthians, por 1 x 0. Ao todo,
marcou 104 gols com a camisa do Santos e, junto do ponta-esquerda João Paulo, é um dos dois maiores goleadores da equipe após
a Era Pelé.
Posteriormente, jogou no Corinthians, Marítimo Funchal (Portugal), Atlético Sorocaba, Portuguesa de
Desportos e São Caetano, onde encerrou a carreira em 1993.
Além dos muitos gols, as confusões se tornaram a marca registrada do jogador, como a briga com Mauro
num jogo entre Santos e Corintians, a agressão ao goleiro Emerson Leão, após uma expulsão, e aos repórteres que estavam no
campo depois do término do jogo final com o Flamengo em 1983, no primeiro vice-campeonato brasileiro do Santos. Mas também
contava que não gostava de viajar, e quando o jogo era relativamente longe de São Paulo (São José do Rio Preto, por exemplo),
dava sempre um jeito de ser expulso no jogo anterior com o objetivo de receber a suspensão automática de um jogo. Na Copa
de 1982 chamou a atenção pelo seu bom comportamento e, diziam, havia jogado mal por ter sido "domesticado" em excesso pelo
técnico Telê Santana.
No Campeonato Brasileiro de 1977, Serginho era o vice-artilheiro (com 15 gols, tinha 5 a menos que
Reinaldo, do Atlético-MG) e principal jogador do São Paulo. No dia 12 de fevereiro de 1978 (o campeonato de 1977 só terminou
em março do ano seguinte), em uma partida em Ribeirão Preto, contra o Botafogo, o São Paulo perdia por 1x0, quando Serginho
aparentemente empatou, aos 45 do segundo tempo. O árbitro Oscar Scolfaro, entretanto, anulou o gol, seguindo a indicação de
impedimento do bandeirinha Vandevaldo Rangel.
O centroavante partiu para cima do auxiliar e, segundo a anotação da súmula da partida, "desferiu-lhe
um pontapé na perna esquerda, altura da canela, ocasionando um ferimento de aproximadamente uns 10 centímetros, que sangrava
abundantemente". Serginho, contudo, negou a agressão: "Eu não chutei, não. Eu fiquei muito nervoso, lógico. (...) Fui para
cima dele para saber por que havia anulado o gol. Aí a torcida do Botafogo começou a jogar pedras e garrafas em mim e nos
outros jogadores do São Paulo. Uma delas deve ter atingido o bandeirinha, e ele botou a culpa em mim." As imagens da televisão,
no entanto, mostravam alguém chutando a canela do auxiliar.
Em 28 de fevereiro, ele foi condenado a uma suspensão de 14 meses, por agressão. Com isso, ficou de
fora do segundo jogo das semifinais e da final do Brasileiro de 1977, em que o São Paulo conquistou o título. A suspensão,
entretanto, foi ligeiramente abreviada, e ele voltou aos campos 11 meses depois, em 28 de janeiro de 1979, em derrota por
4x1 para o Santos, no Morumbi. Nesse jogo, ele marcou um gol e demonstrou ter superado a suspensão: ao longo de 1979, marcaria
28 gols em 55 jogos.
No peixe, já foi auxiliar técnico e técnico interino no clube, com bons resultados. Todavia, nervoso
por uma derrota agrediu um repórter no vestiário, o que praticamente acabou com suas chances de dirigir outros clubes de ponta.
Ficou afastado do clube no período em que Emerson Leão foi o treinador (2002-2004), mas retornou após a sua saída, deixando
novamente o clube quando o técnico voltou ao clube, em 2008. Assumiu então o comando da Portuguesa Santista, tendo estreado
em 2 de março, na vitória sobre o Taquaritinga por 3 a 2. Com a saída de Leão, voltou a ser auxilar técnico no Santos. Treinou
ainda outros clubes do futebol paulista, como São Caetano e Sãocarlense.