O Brasil, liderado por Telê Santana, chegou na Espanha com um conjunto de talentos que conquistou o
país sede e encantou o mundo.
Outras grandes seleções marcaram presença na Espanha. A França de Michel Platini, Jean Tigana, Dominique
Rocheteau e Didier Six; a Alemanha Ocidental de Karl-Heinz Rummenigge, Manfred Kaltz, Pierre Littbarski e Paul Breitner.
A Argentina, campeã mundial, decepcionou. Os portenhos fizeram o jogo de abertura da copa contra a
Bélgica e perderam por 1 a 0. Classificaram-se em segundo lugar no grupo após vencerem a Hungria e El Salvador. Mas na segunda
fase foram derrotados pela Itália por 2 a 1 e pelo Brasil, que vingava 1978 por 3 a 1, numa demonstração de força do time
de Telê.
A Alemanha Ocidental sofreu uma derrota surpreendente contra a Argélia na estréia por 2 a 1. Goleou
o Chile e venceu sua "irmã", a Áustria, por 1 a 0, no chamado "jogo da vergonha". Os argelinos, brilhantes, mesmo vencendo
o Chile por 3 a 2 não passaram à segunda fase, devido a esta vitória alemã.
A França perdeu por 3 a 1 da Inglaterra na estréia, mas mesmo com uma campanha irregular conseguiu
a classificação. Empatou com a Tchecoslováquia e ganhou do Kuwait por 4 a 1.
Já o Brasil, grande favorito ao título, estreou contra a União Soviética. Um jogo complicadíssimo.
Os soviéticos fizeram 1 a 0 numa falha de Waldir Peres. A seleção errou muito, principalmente no sistema defensivo e o juiz
deixou de dar 2 penaltis claros para os soviéticos. No segundo tempo o Brasil colocou os nervos no lugar e o gênio de Sócrates
explodiu no gol de empate. Aos 43 minutos, Éder Aleixo dispara no ângulo de Rinat Dasaev: Brasil 2 a 1. A equipe de Telê então
venceu a Escócia, de virada de novo, por 4 a 1. Zico brilhou com um bonito gol de falta. Contra a Nova Zelândia a seleção
canarinho novamente venceu por goleada, 4 a 0. Na segunda fase o Brasil enfrentaria Argentina e Itália. Primeiramente,
o Brasil bateu a Argentina por 3 a 1, num jogo em que a imagem de Júnior sambando à beira do campo após marcar um dos gols
canarinhos tornou-se emblemática.
A Itália jogou 3 jogos péssimos na primeira fase, empatando com Peru, Camarões e Polônia, e só se classificou
por ter mais gols marcados. Na 2ª fase a mística da Azzurra incendiou a equipe, que disparou rumo ao tricampeonato.
Na 2ª fase a Itália venceu a Argentina por 2 a 1, o Brasil por 3 a 2, nas semifinais a Polônia por 2 a 0 e na final a Alemanha
Ocidental por 3 a 1, com show do craque Paolo Rossi nesses últimos três jogos.
A Alemanha passou à final após uma vitória épica contra a França de Platini. No tempo normal, 1 a 1.
Na prorrogação, a França chega a fazer 3 a 1. Mas, os alemães, liderados por Rummenigge, buscaram o resultado e empataram
o jogo em 7 minutos, numa das mais espetaculares reações de todos os tempos. Na primeira decisão por pênaltis da história,
deu Alemanha. O lado lamentável foi a covarde agressão que o goleiro alemão, Harald Schumacher, cometeu sobre o atacante francês
Patrick Battiston, que caiu no chão sem sentidos, o que fez muitos acreditarem que ele tinha morrido.
Paolo Rossi foi o carrasco brasileiro com 3 gols no jogo, ainda marcou mais 3 e foi o artilheiro da
Copa de 1982. A Itália é tricampeã, igualando-se ao Brasil, que foi brilhante, mas não levou o título.